Salmo 133, o Salmo do Grau de Aprendiz

16-06-2013 15:54

"Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão e desce para a orla de suas vestes. É como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre".

 

Na abertura dos trabalhos de uma loja maçônica, no grau de aprendiz, do Rito Escocês Antigo e Aceito, é lido o salmo 133, que exulta a união entre os irmãos, salmo este que também o foi da ordem dos templários, fundada na época das cruzadas, como sabemos. Este salmo demonstra a filosofia maior da Maçonaria. Nele está contida a trilogia liberdade, igualdade e fraternidade.

O SALMO OU PSALMO: Do grego psalmos, de psallein é uma palavra grega com o significado de tocar um instrumento de corda, o saltério, espécie de harpa, e é também um cântico acompanhado de tal instrumento.

O saltério ou psaltério do grego; de psaltein é um instrumento musical de formato triangular ou trapezoidal com treze ordens de cordas, que se faziam vibrar com uma pena ou com as unhas.

Os hebreus já conheciam  o saltério,  que foi introduzido na Europa após as Cruzadas.

Salmo foi o nome dado pelos Setenta ao hinário de Israel, isto é aos hinos ou salmos destinados aos serviços corais do templo ou sinagogas, traduzindo por psalmos a palavra hebraica " mizmór, " significando cântico com o acompanhamento de um instrumento de cordas.

O Livro dos Salmos é uma coleção de 150 composições poéticas, as quais, através dos gêneros literários os mais diversos, apresentam conteúdo exclusivamente religioso.

Sendo a expressão da alma hebraica em oração, manifestam os mais variados sentimentos e circunstâncias: júbilo e pranto, triunfos e derrotas, tranqüilidade e angústia, agradecimento e louvor, enfim um tumultuar de afetos contados sempre com profunda suavidade.

Em hebraico, esta coleção denomina-se " tehillim ", da raiz " hálial " louvar, tratando-se portando de louvores.

Na versão Grega dos Setenta, os Salmos vêm sob o nome de " psalterion " ou " psalmoi " o que significa cantar com acompanhamento. Do vocábulo Grego originou-se o nome dos Salmos em todas as línguas modernas, sobretudo as neolatinas.

O livro dos salmos é uma reunião de cânticos e louvores ao Senhor, feitos por Davi, Asafe, Salomão, a Moisés, a Etá e aos filhos de Coré. Teriam sido escritos no décimo século antes de Cristo em diante.

Os salmos com já mencionam são 150 e estão distribuídos assim: 5 (cinco) salmos que tratam exclusivamente da glória da cidade de Jerusalém e o seu tempo passado e no futuro - São Eles: Salmos 48, 84, 122, 132; temos 7 (sete) salmos que são os chamados de penitenciais: São eles: Salmos 6, 32, 38, 51, 102, 130, 143; temos 15 (quinze) salmos que são conhecidos como os Salmos do Peregrino - que são eles: 120 a 134; temos 1 (um) salmo que é o familiar salmo de ação de graças - que é o Salmo 36; 1 (um) grande salmo da palavra de Deus que é o Salmo 119, e mais 6 (seis) que são conhecidos como os salmos das aleluias - São os: 111, 113, 115 a 117.

A fragilidade humana e a glória de Deus foram  contrastadas no Salmo 90; o cuidado protetor de Deus foi apresentado no Salmo 91. Os salmos incluem um vasto conteúdo de profecias messiânicas: sendo 2 (duas) relativas aos sofrimentos de Cristo: São os Salmos 22 e 69; 4 (quatro) Cristo como Rei; são os salmos 2, 21, 45 e 72; 3 (três) que falam de sua Segunda vinda São os Salmos 50, 97 e 98; e fundamentalmente, o pequeno salmo 110, que descreve Cristo como o filho de Deus.

Por todos esses fatores é que a abertura do livro sagrado, no primeiro Grau, o de Aprendiz, é feita na parte central do livro, justamente no salmo 133. Todos nós conhecemos este salmo, entretanto, poucos de nós sabemos que ele é denominado de salmo do peregrino; é a peregrinação que o Maçom faz para " refrigerar " a sua alma; para alimentar o seu corpo espiritual; para fortalecer a sua vida.

Não é suficiente, no entanto, apenas "ouvir-lhe" a leitura; é preciso, que as suas palavras sejam aceitas e compreendidas. Procuremos analisá-las e desvendar o seu verdadeiro sentido, já que essas palavras inspiradas por Davi foram escritas no décimo século antes da era Cristã.

Israel, assim como seu povo, é abençoado por Deus. Dizem em histórias populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras, produzindo tudo o que  se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso " subir ", o que explica bem a razão de ser da expressão " das subidas ", circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon.

O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em  seu cume o tempo todo, e é de lá, que vem o orvalho santo, junto com as bênçãos; a neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e é por sua importância que o salmo 133 destaca-o de forma tão bela.

Quando Davi falava "O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! " dava importância  aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia quem  quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado "...é como o óleo precioso... " era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva, usado para ungir os reis e sacerdotes, e ou aqueles que aspiravam a alguma iniciação; Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

Agora quando fala "...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião... " refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.