MAÇONARIA: Conhecimentos e Representações Simbólicas

M.'.M.'.I.'.Edison Valente

       A Maçonaria é uma sociedade que evoluiu historicamente e culturalmente adotando ensinamentos esotéricos, simbólicos e alegóricos advindos culturalmente dos antigos Egípcios, principalmente de Hermes Trimegisto, que se supõe ter vivido 2 mil anos antes de Cristo. O mesmo é identificado pelos eruditos com o deus lunar egípcio TOT, é um instrutor, conforme significa o seu nome, ou seja, um agente de Sabedoria Eterna procurando, assim e até hoje, estimular conhecimentos hermenêuticos, profundos e adequados ao nível intelectual de cada indivíduo, enquanto arte de interpretar textos para descobrir o seu verdadeiro significado oculto, em especial a interpretação de símbolos, sendo esta imprescindível para a compreensão do mundo esotérico da Cabala ou da Alquimia. 

No entanto, aquilo que hoje entendemos de filosofia foi um contínuo movimento de agregação de saber de todas as partes do mundo. Realmente foi um movimento intercultural, advindo do Egito faraônico, encabeçado por "sábios egípcios", por receber e acolher estudiosos, pensadores e curiosos de várias partes do mundo. As ideias de Hermes Trimegisto influenciou os mais famosos filósofos gregos como Aristóteles, Platão, Sócrates, Pitágoras, Anaximandro, Heráclito, dentre outros. Os segredos de Hermes eram, no entanto, encerrados em símbolos, transmitidos pelos iniciados aos seus seguidores, através das provas dos Mistérios e de duros estudos nas Escolas de Sabedoria derivando não só a filosofia esotérica, como também a exegese, ou explicação da referida sabedoria.

      Ao longo do tempo, conforme encontra-se na historiografia, esses ensinamentos foram sendo recriados segundo os anseios e as necessidades de cada época e sistematizados no século XVIII pela Maçonaria universal. Seus alicerces estão solidificados no amor fraternal à pátria, à família e ao próximo, sob a tríade da liberdade, igualdade e da fraternidade.

    A Maçonaria sempre se configurou como uma sociedade politicamente ativa e discreta a qual exerceu influência em comportamentos humanos para as grandes revoluções sociais ocorridas no mundo, principalmente após o século XVIII. Essa nova sistematização perdura até hoje e procura ocultar determinadas verdades ao mundo profano, sendo reveladas, apenas, àqueles que ingressam em seus templos, pela iniciação.

    Após o ritual da iniciação, os iniciados são nominados como irmãos aprendizes. Os mesmos são estimulados a buscar conhecimentos maçônicos, a refletir sobre eles e simbolicamente começarem o trabalho de sair do estado de nescidade, de ignorância e do senso comum para a busca de novos conhecimentos, cujo telo é a busca de novas verdades, em direção à construção moral de cada um e, com isso, contribuir para a construção moral da sociedade.

Há, aproximadamente, 10 milhões de Maçons distribuídos por mais de 150 Grandes Lojas existentes pelo mundo. Destas, 27 Grandes Lojas no Brasil congregam mais de 80.000 maçons. Confrontando o número de Maçons existentes no mundo, com a população inteira do globo, tem-se uma ideia do grau de seletividade adotado para o ingresso na Ordem Maçônica. Embora sejamos a maior fraternidade do mundo, não igualamos, em número de adeptos, a qualquer uma das religiões menos difundidas. A força da Maçonaria está na seleção de seus integrantes, escolhidos entre os cidadãos mais expressivos de todos os segmentos da sociedade organizada, irmanados num mesmo sentimento de unidade em torno dos ideais mais elevados da Humanidade, sem fronteiras de raça, cor ou credo.

    Diante do exposto, concluímos que a Maçonaria, sob a égide Divina, do Grande Arquiteto do Universo, proclama a existência de um princípio criador. Ela não é uma instituição religiosa, mas uma sociedade eclética a qual, historicamente, transformou-se em uma ordem universal, com ritos e filosofia específica. Procura sempre reunir homens de bons costumes, de todas as raças, credos e nacionalidades, os quais, obrigatoriamente, são acolhidos por iniciação, congregados em lojas, que buscam sair do estado de ignorância - do senso comum, do estado de nescidade - para a busca de um mundo de luzes e de novos conhecimentos filosóficos e tradicionais inerentes a essa Ordem Cosmopolita.

    Trata-se de uma associação de homens que comungam com os mesmos princípios éticos e morais, cujos ensinamentos são colocados à disposição para quem queira deles fazer uso, os quais são compostos por simbologias e alegorias, traduzidos mediante atitudes, princípios da razão, da justiça, da felicidade geral, todos voltados para a paz universal.

REFERÊNCIAS: